jan 17

Portugal vai transformar lama em energia

O projeto irá permitir a produção de biometano, hidrogênio verde e e-metano, gases 100% renováveis. 

Nem tudo o que chega a uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) em Portugal atinge o fim de linha. Na ETAR de Frielas, em Loures, as lamas resultantes dos resíduos tratados vão passar a ter uma nova vida, a partir de julho de 2022.

Graças a um processo inovador, promovido pelo Ministério Português do Ambiente e realizado em parceria pelo Grupo Dourogás e a Águas do Tejo Atlântico, empresa do grupo Águas de Portugal responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da Grande Lisboa e zona Oeste, as lamas vão ser transformadas em hidrogénio e biogás.

Na cerimônia de inauguração do projeto, o ministro do Ambiente e da Ação Climática de Portugal, João Matos Fernandes, considerou a iniciativa muito relevante, porque mostra que tudo pode ter valor, até mesmo aquilo que pensávamos que não tinha, como os resíduos que descartamos e a lama.

Foto: CM Economia

O projeto irá permitir a produção de biometano, hidrogênio verde e e-metano, gases 100% renováveis que serão, posteriormente, injetados na rede de gás natural. O gestor de uma ETAR, Matos Fernandes lembrou que antigamente, a preocupação com a lama era apenas para tirá-las da ETAR e descartá-las em um lugar ambientalmente seguro. Hoje, o gestor de uma ETAR não quer se livrar delas, já que elas têm uma função extremamente importante.

As lamas residuais resultam do tratamento dos esgotos urbanos, em um processo que “naturalmente libera biogás”, cujo aproveitamento pode substituir de um para um o gás natural e, em um futuro, próximo, vir a alimentar veículos, habitações e empresas em Portugal, explica o ministro.

Os projetos de purificação do biogás resultante das lamas da ETAR e a subsequente produção de biometano 100% renovável representam um investimento de 3,6 milhões de euros, financiado, em parte, pelo Fundo de Apoio à Inovação.

Contamos que mais investimentos assim sejam feitos para um futuro mais verde!

Fontes: Euronews | CM Economia

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