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Barueri receberá usina termelétrica movida a lixo

Empreendimento será capaz de abastecer mais de 300 mil famílias.

A cidade de Barueri, município da região metropolitana de São Paulo, será palco de uma enorme iniciativa para combater a crise energética no país com uma matriz limpa, renovável e de alta eficiência. Estamos falando da construção de usina termelétrica que vai gerar energia a partir do lixo urbano e que também será a primeira unidade do país a cumprir as premissas da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A inovação demandará um investimento de R$ 500 milhões; a previsão é que as obras comecem no segundo trimestre de 2022 para que ela comece a gerar energia até o início de 2025. 

A estratégia central da Orizon, empresa que venceu o recente leilão de energia realizado pelo Ministério de Minas e Energia, é extrair valor das milhões de toneladas de lixo que chegam nos seus chamados “ecoparques” — seja transformando-as em biogás e gerando energia a partir dele, seja aumentando o percentual de reciclagem e reuso dos materiais ou até vendendo créditos de carbono.

Modelo “Waste to energy” como padrão de funcionamento

O “Waste to energy” é uma alternativa de tratamento de resíduos em grandes centros urbanos, onde não existem mais áreas disponíveis para a instalação de aterros sanitários. Trata-se de uma forma de geração de eletricidade ou calor diretamente através da de um processo de combustão que reduz o volume do lixo original em 95-96% e produz combustível como metano, metanol, etanol ou combustíveis sintéticos. A primeira Unidade de Recuperação Energética da América Latina, que será no “Waste to energy”, terá capacidade de gerar energia para o consumo de 320 mil pessoas, utilizando 300 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano.

Este será o primeiro empreendimento a adotar uma solução que irá contribuir para a construção do “Ciclo Positivo do Resíduo”, transformando passivos ambientais em fonte de geração de energia renovável.

Segundo a Abetre (Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes), o Brasil gerou 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2019, volume com potencial para produzir energia suficiente para abastecer todo o estado de Pernambuco.

Boas perspectivas

A geração de energia a partir do lixo tem hoje participação marginal na matriz energética brasileira, mas o setor espera grande crescimento a partir da aprovação do novo marco do saneamento básico, que prevê concessões também para a gestão do lixo nas cidades. A possibilidade de crescimento do biogás e da produção de energia proveniente de lixo urbano tem atraído cada vez mais empresas dispostas a investir nesse mercado por aqui. Não à toa, várias cidades incluem energia renovável em seus planos de desenvolvimento. Que cada vez mais tenhamos leilões como este, que impulsionam a construção desses empreendimentos e viabilizam o acesso a energias mais sustentáveis e acessíveis.

Fontes: CPG | Broadcast | Folha de S. Paulo

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